sexta-feira, 12 de outubro de 2007

PNM e populações de candeia às avessas (1)

Quer parecer-me que há muitos anos já o Parque Natural de Montesinho (PNM) iniciou um processo de desvio relativamente às gentes que nele habitam.
Não pretendo discorrer das razões pelas quais a "antiga jóia da coroa" do ambiente em Portugal se fechou no leito utupiano da sua própria concha, mas a clivagem entre as partes é por demais evidente.
Não conheço hoje nenhum homem de nenhuma aldeia de nenhuma freguesia que, relativamente ao Parque, não tenha perdido as suas ilusões.
O cenário é de perda...
Tirando os seus primeiros anos de funcionamento, marcados pelo envolvimento com as comunidades, o PNM caiu num tal letargo, que só a tese linear de um estrangulamento financeiro poderá ajudar a compreender.
E, quando já mais nada havia para esperar, eis o corolário da letargia que causa, aparentemente, acção: o Plano de Ordenamento do PNM, em discussão pública, por estes dias, na cidade de Bragança.
Tenho à minha frente o referido regulamento. Tem o selo do Instituto de Conservação da Natureza, do Ministério do Ambiente e do Parque Natural de Montesinho, por esta ordem.
Depois do tom planfetário das disposições gerais, e de alguns entroitos, o documento segue com as definições das citações feitas. É um glossário longo de "naturalismos", que medeia entre o risível e o lugar-comum de, por exemplo, definir colmeia, cave, apiário, espécie, habitat, sótão, área non aedificandi, pesca, etc...
Mas o que leva os especialistas a escreverem coisas destas num projecto-lei não é para aqui chamado...
A celeuma que envolve PNM, autarcas e populações advém dos artigos 8º e 9º... (LP)

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