segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Espelho


Ao longo do rio há um chorão crescendo desregrado por entre renques de salgueiros. Na outra margem, menos arborizada, largam, apoiadas num paredão de xisto, um sem-número de belgas e de casas que se erguem em arquibancada. Das hortas é possível descer-se à lagoa por escadinhas de serviço engastadas na pedra. Depois, se olharmos borda acima, a muralha de suporte avançava quase rectilínea até ao peitoril da ponte. E, nesse local, aí o tempo todo, vêem-se distintos e a cair de novo em espelho, os arcos e os pegões da ponte, no silêncio brando das águas. (LP)

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